Cento e Onze Tiros

aJay, Luá

Abraça, meus parça. Eu vim expor essas farças Que vêm ludibriar juventude, depois brindar suas taças Tira de mim seu dedo sujo, se afasta Minha tribo já sofreu demais com suas desgraças Pra nós, sempre foi violência e sufoco Era 111 tiros e pros reaça ainda era pouco É o que sobra pro lado de cá Mesmo que o Estado mate todos, irmandade viverá Por aqui, sempre apostei no Hip-Hop como saída Rap não é Super-Homem ou doutor, mas salva vida Então faço do meu as mãos de uma parteira Ou, quem sabe, um bisturi pra curar sua cegueira Meus manos correm mais que Gump, mais que Bolt Cada canetada é uma descarga de mil volts, é nossa sina Gangue da rima, meu truta Viemos pra fazer autoridade tremer, então nem discuta De onde vêm? Onde vão? Nessa estrada, quem pegou na sua mão? De onde vim, eles vão Pegam nosso sangue e lavam suas mãos De onde vêm?... Onde vão... Era pé descalço e pele escura, à la Pelé Mas me queria branco Eu não percebia os maus olhares do banco E de outros bancos, eu travado em giratórias Seus detectores de chinelos velhos desprezaram minha história Eu era um preto calado, um preto explorado, no canto sentado Reescrevi minhas linhas pra refazer meu traçado Consciência negra e periférica de recompensa E se eu escutasse os Rap errado? Pensa Se não salva os moleque, não serve, barulho na net, engole esses Rap Se não sabe qual é o propósito, apaga essas merda e nem chama de track Suas rima é trash, visa os chash, bunda e back E eu tô cansado de MC machisto em beat trap Não vim esclarecer nada, eu vim tornar escuro Não tô aqui pra fazer parte, eu vim pular o muro Cansei de me adaptar à esses padrões estéticos Não me emancipei ouvindo merda em beat sintético De onde vêm? Onde vão? Nessa estrada, quem pegou na sua mão? De onde vim, eles vão Pegam nosso sangue e lavam suas mãos

Written by: Lyrics Licensed & Provided by LyricFind

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